terça-feira, 23 de março de 2021

Correntes Quebradas (Poema)

Ontem as correntes quebraram
E deram uma nova oportunidade
A um futuro sem uma fatalidade.
Sem correntes os pássaros voaram
E um novo dia nasceu.

Foi ontem que a injustiça cedeu
E um novo Sol raiou.
Não mais a alma escureceu
E a Fénix finalmente voou.
Fez-se ouvir um clamor de liberdade.

Foi ontem que deixou de ter validade
A corrente que tardou a derreter,
E a incinerar os contratos da banalidade.
Foi hora da opressão ceder
A desígnios maiores que a Tradição.

Ontem deu-se uma resolução
Sobre o que foi e o que há-de ser.
Não há máxima com maior dimensão
Que aquela que liberta o amanhecer.
Vento Apolíneo auxilia Rebeldes Asas.

Hoje as horas não são mais escassas.
A aurora do amanhã alumiou, finalmente.
As mentes já não estão lassas
E o sentido de viver já se sente.
Liberdade - convém não perdê-la
Surgiu a Matinal Estrela.

Que se olhe para trás
Para contemplar o passado.
Que se colha o que o vento traz
Para refrear o premeditado fado.


Évora, 23 de Março de 2021

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