terça-feira, 18 de maio de 2021

Israel & Palestina e além: Conflito dos Séculos

Há um conflito dos séculos que ainda hoje derrama sangue e alastra fogo no berço da civilização humana. Esse conflito fratricida, hoje em dia combatido entre duas forças desiguais (por enquanto), está no núcleo de muitos problemas com os quais a Ásia Ocidental (aquilo que amiúde se designa de forma pouco acertada como "médio oriente") se depara constantemente. Esses problemas são: a guerra contínua entre facções de carácter político e religioso; o ódio e raiva generalizados que imperam no consciente e subconsciente desses povos, fruto de um alentado ódio ao exterior, fruto de um colonialismo pretérito, e fruto do fundamentalismo religioso, de proporções medievais, que impera naquelas sociedades; a desigual distribuição dos recursos económicos vitais daquela região; a escassa instrução pública nessas nações que cria adultos extremamente preconceituosos e supersticiosos, e facilmente manipuláveis para acederem à agenda genocida das altas hierarquias que nada mais querem dos dividendos dessa manipulação que não seja poder militar e económico. Há, claro está, outros problemas que contribuem para fazer da Ásia Ocidental um colossal barril de pólvora. O constante e tóxico envolvimento de potências externas nos assuntos diplomáticos e económicos dessas nações, como atiçadores perversos de serpentes, também consta desses problemas. A resolução definitiva desses problemas (tarefa hercúlea) é condicio sine qua non para que a Ásia Ocidental atinga a saudável e pacífica prosperidade social e económica que deveria definir uma das mais ancestrais regiões deste mundo, atendendo à História da civilização humana.


Por sua vez, o conflito que mencionei no início - aquele que existe entre Israel e Palestina -, falando de forma leviana, podemos dizer que já faz parte da mobília, desgraçadamente. Embora a guerra propriamente dita entre o Estado de Israel e o Estado da Palestina (sim!, porque apesar da República, na qual sou cidadão, não reconhecer a Palestina como um estado mas somente um território, eu reconheço como tal) ter começado em meados do século passado, após a fundação do Estado de Israel em 1948, a essência do conflito já tem longos séculos, e uma cidade encontra-se na raiz fundacional desse conflito dos séculos: Jerusalém.


Muitos apelidam Jerusalém como a Cidade Três Vezes Santa. Isto porque Jerusalém é a ancestral metrópole que principia na fundação das três religiões abraâmicas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Sendo uma das mais antigas cidades da História - possivelmente 7000 anos de existência -, Jerusalém já foi completamente destruída duas vezes, e cercada e atacada várias dezenas de vezes. Só o místico fervor religioso que abrange o imaginário daquela cidade na mente dos seus seguidores pode explicar a permanência de Jerusalém após tanta destruição e carnificina. E, sendo um caso de comoção e depressão nas nossas mentes, a guerra por Jerusalém é também uma grande curiosidade em pleno Século XXI. Mais nenhuma guerra, na sociedade contemporânea, se combate pelas motivações que movem a guerra por aquela cidade milenar. Todas as guerras, na nossa Era, se combatem por fins económicos e/ou político-militares, ainda que, na retórica que justifica a guerra, sejam dados outros motivos que, na realidade, para as altas hierarquias, pouco ou nada importam. Mas Jerusalém foge a essa regra. Não há virtualmente nenhuma motivação geopolítica, económica, ou militarmente estratégica que impulsione os constantes combates por Jerusalém. A Guerra por Jerusalém - uma sequela das Cruzadas da Era Medieval, e estas sequelas vão-se multiplicando interminavelmente -, parte essencial não subestimável do Conflito Israel-Palestina, mantém-se a única contenda no mundo de hoje que é combatida por motivos puramente religiosos e culturais, e isso é uma grande curiosidade. É um lembrete do poder mental que a religião ainda detém sobre a Humanidade, e muitas vezes para os piores desfechos. 


Guerra por Jerusalém através dos tempos


Fazer a genealogia do conflito no tempo histórico é uma tarefa complicada, e tão complexa como os meandros do próprio conflito que hoje está a ser digladiado. No Século IV a.C (quando o Judaísmo ainda era a única existente das religiões abraâmicas), o Império Helénico de Alexandre Magno conquistou a Pérsia, e com essa conquista Jerusalém veio acorrentada ao espólio bélico, ainda que Jerusalém, para os helenos, não fosse uma peça central no tabuleiro, quanto mais deter a importância que, por exemplo, Babilónia detinha como capital da Pérsia. Os 1000 anos que se seguiram, no que concerne Jerusalém, foram marcados pelo controlo da cidade pela esfera cultural helénica-romana, primeiro com a Dinastia Ptolemaica, sucessora de Alexandre, depois com uma sucessão de outras dinastias helénicas - produto da fragmentação do Império de Alexandre - e finalmente com a detenção do controlo da Judeia pela República Romana, no Século I a.C. Quando Jesus Cristo, alegadamente, foi crucificado em Jerusalém, no Século I AD, esta cidade era a capital da Judeia: um estado-cliente inserido dentro do território imperial do então recém reformulado Império Romano. Assim se manteve Jerusalém até depois da queda do Império Romano Ocidental, no século V, e, após esse evento histórico, continuando como território da parte Oriental do Império (posteriormente designado como Império Bizantino, com capital em Constantinopla).


Foi só no Século VII, após Muhammad (o profeta fundador da fé islâmica) ter iniciado o seu projecto jihadista de expansão contínua do primeiro califado muçulmano, que Jerusalém foi conquistada pelo Califado Rashidun, colocando um fim, do ponto de vista político, à detenção da cidade pela esfera cultural helénica-romana, após quase 1000 anos. Foi, portanto, na esfera cultural islâmica onde Jerusalém se manteve até ao final do Século XI. [Para a sociedade muçulmana, tanto outrora como hoje, Jerusalém - local onde está a Mesquita de Al-Aqsa - é uma das três cidades sagradas para a fé islâmica, a par com Meca e Medina (estas duas hoje fazem parte da Arábia Saudita).] No Século XI foi levada a cabo a Primeira Cruzada (1096 - 1099), impulsionada pela Santa Sé e por várias casas feudais de nações europeias católicas, cujo objectivo era conquistar Jerusalém que, na época, era posse da Dinastia Fatímida liderada pelo Califa Almostali, e outras regiões na Anatólia que então eram parte integrante deste grande califado. Eventualmente, a Primeira Cruzada foi bem sucedida nos seus objectivos e assim foi fundado o Reino Latino de Jerusalém, com uma dinastia feudal de origem francesa, inaugurando a primeira fase de possessão cristã sobre a cidade.


Brevemente irei desenvolver outro texto onde irei dissertar sobre as relações históricas entre a fé cristã e a fé judaica, todavia, por agora, afirmo que nesta época - em plena Idade Média - não havia nenhum género de aliança cultural ou política entre as nações da Cristandade (como os católicos designavam a Europa católica) e o povo judaico. Aliás, nesta época, os judeus eram vistos como hereges pela fé cristã, e o caso iria piorar nos séculos seguintes com perseguições sanguinárias por toda a Europa. Esta era uma época onde as três religiões abraâmicas estavam de costas voltadas e onde o povo judaico era, logicamente, o mais vulnerável dos três porque, já nesta época, se encontrava disperso, sem 'casa', e sujeito a perseguições tanto por cristãos como por muçulmanos. 


A permanência de Jerusalém sob domínio cristão durou apenas 90 anos. Veio a Segunda Cruzada (1147 - 1150), combatida em dois palcos de guerra - Ásia Ocidental e Península Ibérica - e, em suma, um absoluto fracasso para a Cristandade, salvo a Conquista de Lisboa por tropas internacionais comandadas pelo Rei de Portugal Afonso Henriques, e, 27 anos volvidos, Jerusalém caiu às mãos do lendário Sultão Salah ad-Din. Nos anos posteriores mais cruzadas foram convocadas para restaurar o domínio cristão sobre Jerusalém (a mais icónica terá sido a Terceira Cruzada (1189 - 1192) comandada por Richard Lionheart, Rei de Inglaterra), contudo, nenhuma delas foi bem sucedida e, nos próximos 700 anos, Jerusalém esteve sob domínio muçulmano - salvo um curto período, no Século XIII, durante a época do Sacro-Imperador Romano-Germânico Friedrich II - sendo que desde o Século XVI até 1917, durante a 1ª Guerra Mundial, a cidade esteve sob a alçada do famoso Império Otomano (estado antecessor da Turquia moderna). 


Com a 1ª Guerra Mundial, o Reino Unido anexou a Palestina ao seu império colonial, o Império Otomano foi derrubado, e Jerusalém (parte do recém reformulado território designado por Mandato Britânico da Palestina) voltou a conhecer domínio cristão, embora em moldes e lógicas de poder muito distintos da Era Medieval, obviamente. Foi a Liga das Nações (organização internacional um tanto obsoleta, criada após a Grande Guerra) que, à luz do Direito Internacional então vigente, concedeu o domínio da Palestina ao Império Britânico, efectivamente como resultado do espólio de guerra. E assim se manteve até 1948, três anos após o término da 2ª Guerra Mundial. 


O conflito dos nossos dias


É nesta etapa tardia da História que entra o Estado de Israel. Este estado hebreu foi fundado após a 2ª Guerra Mundial, dentro dos parâmetros da recentemente fundada ONU (Organização das Nações Unidas), com o objectivo de se encontrar uma solução definitiva para o povo judaico que, até então, tinha atravessado longos séculos de diáspora, e que tinha estado à beira da extinção devido ao Holocausto levado a cabo pela Alemanha Nazi. Essa solução foi fundar-se um estado hebreu no berço do povo judaico. Um estado-nação para um povo que não tinha a sua própria casa. Nesta linha de pensamento, tudo o que vemos são boas intenções, todavia, logo à partida, havia problemas graves que se levantavam. Qual seria o lugar do povo palestiniano que também ansiava por um estado-nação? Qual seria o lugar de Jerusalém nesse plano? Também à Palestina tinha sido prometida total soberania e independência, desde que a Revolta Árabe tinha auxiliado o Império Britânico na guerra contra o Império Otomano e seus aliados da Tríplice Aliança. Também a Palestina reclamava Jerusalém como cidade parte da sua identidade. E é aqui que uma nova etapa deste conflito dos séculos tem início.


Estou a crer que muito sangue poderia ter sido evitado logo no início. Se um estado palestiniano tivesse sido reconhecido pela ONU, logo em 1948, e as fronteiras de Israel e Palestina tivessem sido definidas, talvez muita guerra se teria evitado. Também se teria evitado guerra se, logo no início, Jerusalém tivesse sido dividida entre os dois estados. Mas, em vez disso, mais chamas de guerra foram ateadas. 


Remonta há quase 3000 anos o período descrito nos textos bíblicos do reinado de David e do seu filho Salomão, reis da Monarquia Unida de Israel e Judeia. Embora a historicidade desse período ainda hoje seja debatida por historiadores e teólogos, será seguro pelo menos afirmar que tal estado hebreu, com capital em Jerusalém, de facto existiu, e que eventualmente desmoronou. É com base nestes preceitos de terra prometida (Israel) e povo escolhido (os judeus), tudo isto por unção e mandamento divino, que o povo judeu reclama posse sobre Israel e Jerusalém. Há, claro, israelitas, judeus, palestinianos e árabes, por esse mundo fora, favoráveis à solução de Dois Estados para Jerusalém, mas também há muitos, entre estes grupos, que abraçam as tendências mais fundamentalistas das suas religiões e clamam por total posse do território e de Jerusalém, e, in extremis, aniquilação total daqueles que consideram ser o inimigo. Observamos esta vontade de sangue e apocalipse messiânico em ambas as fés judaica e islâmica. E assim está a guerra feita. 


Desde 1948 que, ao passo que a Palestina reclama território que lhe pertence e para si reclama a parte oriental de Jerusalém, Israel, munido de um poderio militar e económico muito superior, graças ao patrocínio incansável dos EUA, tem vindo, ao longo das décadas, a tomar território palestiniano, através de um sistema etnofóbico de colonatos e através da guerra aberta como a temos visto. Evidentemente, a Palestina também fez os seus actos de guerra, mas estes também são actos de resistência em nada distintos, a título de exemplo, da resistência do povo helénico durante a Guerra de Independência (1821 - 1829) contra o Império Otomano. 


Hospitais bombardeados e destruídos. Escolas atacadas por rockets. Edifícios onde se encontram estações de comunicação social - como a Associated Press e a Al Jazeera, mais recentemente - totalmente derrubados. Comunidades e bairros palestinianos desalojados e violentados. Estas são algumas das acções bélicas cometidas pelo Estado de Israel, exibindo a sua força desproporcional. Irónico que um povo que há poucas décadas sofreu crimes horrendos tenha aderido a uma política da mais elementar arrogância e discriminação. Israel não separa Estado e Religião, atendendo à sua Constituição. As leis de nacionalidade e cidadania israelita estão quase todas dependentes de etnia e da filiação oficial da pessoa à religião judaica. Haverá melhor definição de etno-nacionalismo que isto? 


E os mortos multiplicam-se e amontoam-se neste conflito no qual a própria memória do rancor já se confunde e com o tempo se há-de esquecer por completo do porquê da guerra... mas que ainda assim lança mais uma bomba, faz voar mais um míssil, dispara mais uma bala. Não afirmo que a resistência palestiniana não tenha cometido actos agressivos e horrendos, e que as suas políticas nos territórios ocupados pela Autoridade Palestiniana não estão tristemente inseridas dentro da tradição cultural islâmica, sendo portanto repressoras em vários domínios sociais - ainda que não chegue aos rasteiros níveis do Irão ou da Arábia Saudita -, contudo, esses actos de guerra são actos de resistência, de quem não quer ficar sem casa, e ainda que tais políticas existam, tal não tira o direito ao povo palestiniano de ter um estado-nação e de poder evoluir económica, social e culturalmente enquanto sociedade, com a sua própria soberania. Isso é possível... mas não será concretizável enquanto Israel estiver decidido em fazer uma limpeza étnica do seu território e enquanto julgar que tem direito divino sobre a cidade de Jerusalém.


Sobre Israel podemos afirmar que se trata da nação mais democrática e livre de toda a Ásia Ocidental - e que tal não absolve este estado dos seus crimes de guerra -, mas também podemos afirmar que é um estado-fantoche dos EUA. O governo de Israel funciona, efectivamente, como um emissário dos desígnios de Washington na Ásia Ocidental, as forças armadas hebraicas são um fiel braço armado dos EUA na região, e a Mossad é mais um par de olhos espiões que serve os interesses norte-americanos. Israel é uma peça crucial no tabuleiro dos EUA. É um mecanismo através do qual os EUA podem assegurar relativo controlo naquela região do globo, e essa aliança nunca se quebrará pela parte de Israel. Como acham que Israel encontra fundos e meios para ter um armamento tão vasto e desenvolvido, e um sistema de defesa tão avançado, como é exemplo o Iron Dome? Até armas nucleares Israel tem! Temos também as atitudes trogloditas dos EUA, e de seus correligionários como é exemplo o Presidente do Brasil, em reconhecerem oficialmente Jerusalém como a capital de Israel e moverem as embaixadas para a cidade, sabendo muito bem que tal atitude é uma gigantesca provocação à Palestina. E, claro, o Primeiro-Ministro reaccionário de Israel, Benjamin Netanyahu, rejubila deliciado com tais notícias. E a Europa, claro, vassala das ordens diplomáticas norte-americanas, de uma forma ou outra, aceita e acena a isto tudo, por vezes torcendo mais ou menos o nariz mas sempre muito quietinha. É extraordinário como, sendo uma nação asiática, Israel faz parte de tantas organizações culturais europeias. Que a UEFA e a Eurovisão sirvam de exemplo. Israel está lá em nome de quê? Um dia destes ainda estaremos a discutir a adesão de Israel à União Europeia. De momento já é um estado oficialmente associado através de um acordo celebrado em 1995...


Depois há também os aspectos mais pitorescos deste infernal imbróglio, como o seguinte. Israel e EUA são aliados, aparentemente, até às últimas consequências, nesta nova cruzada, todavia, um dos mais caros aliados dos EUA - a Arábia Saudita, graças à sua exponencial exportação de petróleo, e devido ao facto de ser um potentado militar útil na região para fazer frente á República Islâmica do Irão (que tem um ódio visceral a todos eles e que também adoraria tomar Jerusalém devida a sua fé islâmica e devido ao passado persa) - tem um ódio de estimação fanático por Israel. A Monarquia Saudita anseia pelo dia em que deitará (se conseguir) as mãos a Jerusalém. É a última das três cidades sagradas da fé islâmica que lhe falta. Todavia, à Arábia Saudita, também lhe convém a aliança com os EUA e, portanto, o bom comportamento, até ver, é sempre imperativo. Há também outro aspecto pitoresco, sendo este mais uma pessoa do que, propriamente, uma conjuntura geopolítica. Joe Biden. Eu poderia ficar por aqui porque o senhor é pitoresco per se, contudo, há mais. Quando o novo Presidente dos EUA foi eleito, bradava-se com os dois pulmões e mais um que a verdadeira mudança tinha chegado. Chegou? Biden, ante os actos criminosos de Israel, afirma impávido e sereno: Israel tem o direito de se defender. É disto que se trata? E o Direito Internacional? E encontrar uma solução duradoura e pacífica? E pararem de vetar toda a sorte de resoluções que saiam do Conselho de Segurança da ONU? Nada disso interessa quando o que está em jogo é a supremacia global para os EUA e a limpeza étnica no Estado de Israel.


Nos nossos dias, aquela zona é uma bomba relógio. Uma guerra em escalas globais poderá um dia começar ali. Quanta mais guerra os EUA alimentar e quantos mais colonatos Israel quiser estabelecer, mais próximos estaremos de alguém cometer um erro derradeiro que leve as nações muçulmanas da Ásia Ocidental a erguerem-se em conjunto contra o Estado de Israel. No dia em que isso acontecer, teremos atingido um ponto sem retorno. Como eu gostaria que a Europa não fosse arrastada para esta loucura... mas a diplomacia europeia está metida com Israel até aos cabelos, para nossa desgraça.


O tempo urge para que se encontre uma solução para ambos os estados, e essa solução passa pela divisão de Jerusalém e por uma Palestina livre e soberana. De outra forma, coisas terríveis irão acontecer.


No meio deste conflito dos séculos que teima em não ter fim, quem mais sofre são as crianças que nasceram neste mundo absurdo.


A Anti-Defamation League acusa toda a gente, que critica as políticas do Estado de Israel, de anti-semitismo. É a sua arma vã. Fizeram-no com Noam Chomsky, com Jeremy Corbyn, com Roger Waters e com tanta outra gente. Se alguém, por ventura, no alto de uma grande idiotice, me quiser acusar de anti-semitismo, é com alegria que informo que eu próprio tenho uma distante ascendência judaica, como tantos outros portugueses, distante ao ponto de não me dar idoneidade para ser cidadão de Israel, contudo... e eu ralado.

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