quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Rooftop Beatles is Golden

Foi há 50 anos que o maior (falo de dimensão, de tamanho da influência) entre todos os actos musicais da História da Humanidade, uma banda de Rock britânica chamada The Beatles, se despediu formalmente (mas de forma muito pouco formal, como eu gosto) do público. Foi o último concerto dos Beatles, no topo dum edifício em Londres, que de legalidade teve muito pouco, mas o Movimento da Contracultura, esse que ostentou o mesmo símbolo que preenche o wallpaper deste blog, nunca se regeu necessariamente pelo tradicionalismo e pelas legalidades da autoridade... o que deu ao evento musical um toque mágico que para sempre ficará na posteridade. Das gravações que ficaram disponíveis, que permitiram ao mundo ouvir este curtain call, a minha parte favorita é quando os Fab Four tocam o Don't Let Me Down. É fantástico. Foi o primeiro concerto dos Beatles desde meados da década de 60 - mesmo antes de entrarem na sua fase experimental e psicadélica, aquela onde eles começaram a mexer com as fronteiras musicais, que se estenderia até à dissolução - e o último de sempre. Após isto, foi o lançamento do álbum Let it Be no ano seguinte (que já tinha sido gravado em 1968), com o qual John Lennon teve muito pouco a ver devido as já existentes querelas com o resto da banda - querelas essas que começaram a surgir com a morte prematura do manager Brian Epstein em 1967 -, e a dissolução da banda no mesmo ano em que o Let it Be é lançado. Pensar nos anos 70 e 80 com Beatles seria todo um outro "admirável mundo novo". Assistir, ouvir, uma reunião dos Fab Four, no novo Yankees Stadium por exemplo, ou simplesmente no topo de outro qualquer edifício, no século XXI, é um grande sonho inconcretizável de qualquer apaixonado pelo Rock clássico... infelizmente, foi-nos roubada a voz do John Lennon (e fará 40 anos no próximo ano) e o cancro privou-nos dos talentos musicais, na guitarra ou na voz, de George Harrison, em 2003 - por sinal, o triste ano da morte de Johnny Cash. Todavia, apesar deste vazio que foi deixado pela morte, apesar do fim efémero deste fenómeno mundial chamado The Beatles - nasceu com os anúncios da Contracultura, morreu quando esta começou a perder alento - há duas coisas que a mim me consolam: o facto do Paul McCartney continuar nos palcos, e melhor que meio mundo; e o facto de todos os dias ter a musicalidade deles os quatro ao alcance dos meus tímpanos.

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