quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Poder - Entre Ficção e Realidade

"Mutantes - nascidos com capacidades extraordinárias, e ainda assim, eles são crianças tropeçando nas trevas, procurando por orientação. Uma dádiva pode tornar-se numa maldição. Dá-lhes asas, e eles poderão voar demasiadamente perto do Sol. Dá-lhes o poder da profecia, e eles poderão viver temendo o futuro. Dá-lhes a maior entre todas as dádivas, poderes para lá da imaginação, e eles poderão assumir que estão designados para governar o mundo. [tradução própria do inglês]"

Este trecho foi proferido por uma personagem do universo X-Men, da cadeia cinemática da Marvel - o Professor Charles Xavier, na voz do actor James McAvoy -, e, quanto a mim, a sua profundidade vai para lá do que muita gente poderá admitir. Para ser construída esta ponte que eu sugiro - entre ficção e realidade -, convém explicar que, neste universo fictício, houve um novo grande salto na evolução humana, onde indivíduos com consideráveis capacidades começaram a nascer. Uns com o poder de regeneração, outros detendo controlo sobre os campos magnéticos, outros, ainda, com acesso aos canais psíquicos do cérebro (como é o caso do Professor X). Lógico será que tais capacidades geraram ambições de poder em domínios, por vezes, assustadores. Evidentemente - e é aqui que, com este texto, eu quero chegar - que se poderá atravessar uma ponte analógica entre a ficção da Marvel (os X-Men, mais especificamente, que eu considero ser a melhor franchise da Marvel) e a realidade dos nossos tempos - e quem diz os nossos diz também os outros que já foram, e os que estarão para vir. No nosso mundo também a dádiva da responsabilidade, do encargo, do poder, poderá ser uma maldição, não só para o seu detentor como também para aqueles que o rodeiam. Seja por isso que a História da Humanidade está inundada de guerras. Se pegarmos no trecho que eu citei, e substituirmos determinados termos por outros mais associáveis à nossa realidade, o fundamento das palavras de Charles Xavier, palavras essas que eu subscrevo, colam-se à realidade como o ferro quando atraído por íman. Realidade esta que não é muito apaziguadora.

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