A noite cai sobre nuvens.
Luzes, prédios, carros e pessoas,
Pintados na tela maior são cães.
Uma mão cheia de banais Lisboas…
As luzes brilham em faísca,
Em ricochete e voltando aos transeuntes
Que sem protectoras lentes
Encaram os néones – cegueira livre à risca.
Os pássaros de ferro navegam,
Fortes, imponentes, indiferentes
Aos desígnios gravitacionais da mãe natureza.
No alcatrão os automóveis escorregam
(Lá dentro vão cruzes cristãs carregadas por
não crentes)
A cidade é a dicotomia entre o obsoleto e a
beleza.
As noites de luar tornam-se plástico
Mas as luzes dão um panorama fantástico.
Folhas, flores e montes são raridades
Mas os monumentos são belas bestialidades.
Os olhares baços das ruas são velórios
E observa-los dá em estudos inglórios.
Espaço, gente, prédios são elementos
sem laços
Mas algo aqui me chama ao futuro
Apesar deste triste tempo escuro
E apesar dos
meus olhos lassos.
Escrito no dia 7 de Dezembro de 2017, na Cidade de Lisboa
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