quinta-feira, 12 de julho de 2018

Pensamentos de Armazém (poema)

Sou eu que passo pelos campos
Ou são os campos que passam por mim?
Os quilómetros são aos centos
Neste caminho por onde vim.

Para quê pensar nisto?
Não tira o sono a ninguém
Que já tenha reflectido nisto –
Pessoas que já têm tudo visto –
A isso chamo pensamentos de armazém.

Para a nuvem mais soberana
À fossa mais recôndita,
Das ruas remotas de Havana
Até à cidade invicta.
Subindo a mais imperiosa montanha
Descendo ao negro vale:
Sem a sacrária senha
Nada disto algo vale.

São pensamentos de armazém.
Olho para o vago papel
Sem saber a que tudo isto vem.
À verdade estou a ser fiel.


Escrito no dia 22 de Março de 2018, num autocarro

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