O concerto que Paul McCartney deu na Grand Central Station, em New York City, a propósito do seu novo álbum, Egypt Station, concerto esse que foi transmitido para todo o mundo no YouTube, deixou-me inundado de uma grande felicidade. Fiquei feliz por ver como um mito vivo, um Beatle, um activo interveniente da Contracultura da década de 60, um músico de 76 anos, consegue continuar a tocar guitarra, a tocar baixo, a arrasar o piano, e a cantar como sempre, a ser o frontman carismático e enérgico como sempre foi caracterizado.
Paul McCartney é, na minha opinião, um dos maiores casos de estudo musical dos tempos contemporâneos. McCartney iniciou a sua carreira musical no final dos anos 50. Lançou os Beatles com o grande John Lennon e o Brian Epstein em 1960 e, nos 10 anos seguintes, Paul McCartney esteve nas bocas do mundo como frontman e compositor do maior acto da História da música, revolucionando a arte musical e a sua indústria, e mesmo após o fim dos Beatles, em 1970, continuou até ao presente dia a ser o músico relevante, criativo e explosivo que sempre o caracterizou, mantendo-se continuamente numa saúde mental e física fantástica - ainda por mais se tivermos em conta a idade dele, mas o facto é que McCartney continua a mover-se como um homem de 30 anos e a comportar-se como um jovem de 20, imbuído, em paralelo, numa maturidade de sábio.
Relativamente ao concerto - e abordando também, um pouco, o seu novo álbum - foi um autêntico sucesso. Um concerto misturado com temas do Egypt Station e clássicos, tanto dos Beatles como do próprio McCartney, concretizado num excelente nível vocal e instrumental, também graças à excelente banda que McCartney tem com ele, e sempre com a habitual interacção bem humorada com o público. Vale a pena assinalar a forma inovadora como o My Valentine foi apresentado, e como o Helter Skelter foi um Hard Rock enérgico e hiperactivo, como sempre. Para finalizar, Egypt Station é um bom álbum de Rock, com algumas incursões bastante experimentais, com destaque para as faixas Come On to Me, I Don't Know e Hunt You Down/Naked/C-Link.
O facto de McCartney continuar a fazer música de qualidade, não com o simples e único objectivo de a comercializar, mas sim para continuar a transmitir mensagens e, precisamente, para continuar a criar música nova, é acima de tudo o que me deixa com maior felicidade e com esperança num novo futuro musical.
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