Não
sei se faz sentido
Aquilo
que não se explica.
Neste
caminho ido
Nenhuma
indiferença fica.
Sangue
escorre nas veias!
Veias,
de ideias cheias.
Alguns
versos são palavras-meias
Num
caderno de encadeadas teias.
O
líquido escarlate atravessa
O
meu braço direito com pressa.
Por
vezes a escrita é de lenta locomoção,
Falta
a inspiração.
Sinto
o pulsar na mão,
É
quando acelera essa locomoção,
Emparelhando
ideias pelo papel
Se
alastram, num deslizar - numa tela - dum pincel.
Faz-se
contacto com a caneta
E
tudo isto, e mais, assenta.
O
que conto não é treta,
Mas
sim o que em letras e cérebro se inventa.
Isto
é a poesia:
A
caneta a deslizar
Com
a mão em estádio pulsar.
Lá
sabia eu o que isto trazia...
E
as letras ganham forma
Numa
arte com e sem norma
Com
uma paisagem que se transforma.
O
Fogo está em jogo
Num
jogo em fogo
Sem
fôlego!
As
palavras ordenam perpetuadas
Palavras!
Umas forçadas outras aladas.
O
misticismo da tinta
E
os dias já vão nos 30!
Nem
tudo faz sentido.
Uma
alma perdida, moribunda
Que
em mágoas divagantes se afunda
Tentando
recuperar tempo perdido.
E
tudo isto me flui
Nestas
incessantes futuramente afectadas veias,
Auxiliando
escrita poética após ceias.
Sou
o que não fui
Quando
era o que já não se semeia
Numa
existência que o sistema polui.
E
assim isto me vem do sangue -
Líquido
escarlate metafórico.
Poesia
onde fico eufórico.
Palavras
soltas de outro sangue.
Força
da acção
É
a memória que corre no cérebro
Escorrendo
pelo sangue até à mão
Até
que eu próprio quebro!
Assim
faço a poesia
Que me alivia, esvazia.
Eu sentia.Escrito entre 23 e 24 de Novembro de 2016
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